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Defesa de Mestrado: Gabriely Fernanda Groto Militão

Título: Caracterização Genotóxica de Corantes Azo Dispersos Usando Uma Nova Abordagem Metodológica

Comissão Examinadora - Titulares
Profa. Dra. Gisela de Aragão Umbuzeiro (Presidente) - FT/Unicamp
Profa. Dra. Francine Inforçato Vacchi - Syngenta Proteção de Cultivos
Profa. Dra. Marta Siviero Guilherme Pires - FT/Unicamp

Suplentes
Prof. Dr. Daniel Alexandre Morales - Einstein
Profa. Dra. Monizze Vannuci e Silva - UERJ

Local: Sala de Defesa (Prédio da Pós-graduação da FT) https://stream.meet.google.com/stream/ab166a25-52ec-43ee-8708-bd8c4b1a689c

Resumo: Corantes sintéticos são produzidos em grandes quantidades e utilizados em diversos setores, como indústria têxtil, cosmética, farmacêutica e alimentícia. Dentre as diversas classes disponíveis de corantes, os corantes azo (N=N) são os mais utilizados pela indústria têxtil, principalmente os corantes azo dispersos devido ao baixo custo de aplicação, versatilidade de cores e aplicação em diversas fibras, como poliéster, por conta de seu caráter hidrofóbico. Estudos sobre a toxicidade, mutagenicidade e genotoxicidade têm sido realizados ao longo dos anos acerca dessa classe. Contudo, incertezas relativas à pureza, problemas de solubilidade e falta de confirmação molecular podem ter comprometido alguns dos resultados já publicados. Para avaliação mutagênica de substâncias, incluindo os corantes, uma bateria de testes deve ser realizada, incluindo ensaios para avaliação da mutação de ponto, mutação cromossômica e danos no DNA. O ensaio Salmonella/microssoma é o mais utilizado para avaliar a mutação de ponto. As linhagens TA98 e TA100 são consideradas suficientes para detectar a maioria dos compostos mutagênicos. Contudo, a linhagem YG1041 apresenta sensibilidade a corantes azo. O teste de micronúcleo e ensaio cometa são comumente empregados para avaliação da mutação cromossômica e detecção de danos no DNA. Este estudo teve como objetivo a caracterização genotóxica de cinco corantes azo dispersos (32, 36, 41, 58 e 73) selecionados da Max Weaver Library (MWDL) utilizando a versão miniaturizada do ensaio Salmonella/microssoma e células da hemolinfa do invertebrado marinho Parhyale hawaiensis para o ensaio cometa e teste de micronúcleo. Os corantes foram quimicamente caracterizados (pureza > 97%) previamente aos ensaios. Três corantes (36, 58 e 73) foram mutagênicos com o ensaio Salmonella/microssoma e teste de micronúcleo in vivo com P. hawaiensis, causando mutações de ponto e cromossômicas. O corante 41 também causou mutação de ponto pelo ensaio Salmonella/microssoma mas não foi possível a avaliação da mutação cromossômica devido a quantidade limitada de amostra disponível. O corante 32 foi apenas mutagênico com o ensaio Salmonella/microssoma e negativo para mutação cromossômica in vivo. Os cinco corantes foram negativos no ensaio cometa in vivo com a hemolinfa de P. hawaiensis requerendo novos ensaios em concentrações maiores para confirmar este resultado. A linhagem YG1041 foi mais sensível em relação a linhagem TA98 na detecção da mutagenicidade de 4 dos 5 corantes azo dispersos, corroborando com resultados da literatura. Portanto, sugerimos a inclusão da YG1041 na bateria de linhagens para avaliação de corantes azo dispersos. O invertebrado marinho Parhyale hawaiensis se mostrou um organismo teste adequado para avaliação de mutações cromossômicas causadas por corantes azo dispersos. A combinação do ensaio miniaturizado do teste Salmonella/microssoma (MPA) e teste de micronúcleo in vivo com um invertebrado foram eficazes para caracterização mutagênica de corantes com quantidades limitadas de amostras.

Data: 
terça-feira, 25 Junho, 2024 - 10:00