Título: Estratégias de Controle de Doenças Fúngicas da Pós-Colheita em Frutos de Lima Ácida Tahiti (citrus latifolia, tanaka
Comissão Examinadora - Titulares
Profa. Dra. Joyce Cristale (Presidente) - FT/Unicamp
Ernandes Rodrigues de Alencar - UFV
Profa. Dra. Aline Ellen Duarte de Sousa - UFA
Prof. Dr. Ben-Hur Mattiuz - Unesp
Profa. Dra. Silvia Regina de Toledo Valentini - IAC
Suplentes
Profa. Dra. Marta Siviero Guilherme Pires - FT/Unicamp
Profa. Dra. Dânia Elisa Christofoletti Mazzeo Morales - UFSCAR
Prof. Dr. Valdemar Luiz Tornisielo - USP
Local: Sala de Defesa (Prédio Pós-Graduação da FT) | https://stream.meet.google.com/stream/07c872e1-fabc-47ea-b421-4f8aab706fb9
Resumo: Esta pesquisa avaliou estratégias alternativas para o controle do bolor verde (Penicillium digitatum) em limas ácidas ‘Tahiti’, com a aplicação de agentes oxidantes (Ozônio – O3 e o peróxido de hidrogênio – H2O2) de maneira isolada ou em combinação (O3/ H2O2), e também avaliou o uso de óleos essenciais (OEs) de orégano (Origanum vulgare) e tomilho (Thymus vulgaris). Os tratamentos com os agentes oxidantes se deram por imersão de frutos inoculados com P. digitatum por diferentes tempos de exposição (1 a 30 minutos). A concentração de O3 e H2O2 no sistema reacional foi determinada pelos métodos índigo e metavanadato de amônio, respectivamente. O tamanho da lesão (severidade da doença) foi dado pela Área Abaixo da Curva de Progresso da Doença (AACPD), e foi observada ao mesmo tempo, a incidência da doença. O H2O2 aplicado isoladamente, por 1 minuto nas concentrações 72,5 mg L-1, reduziu o tamanho médio das lesões em média 68%, sendo mais significativo do que o O3 isolado (que apresentou resultados limitados, e, em alguns casos, aumento do tamanho das lesões, provavelmente por estresse oxidativo), e mais significativo do que a combinação O3/H2O2, que diminuiu em 66% o tamanho das lesões. A incidência da doença não foi evitada por nenhum dos métodos oxidativos aplicados, apresentando 100% dos frutos infectados por P. digitatum. O H2O2 e a combinação O3/ H2O2 em menores tempos de exposição mostraram potencial de redução da severidade do bolor verde, porém, para os tempos e concentrações aplicadas nesta pesquisa, não houve a eficácia esperada. Nos procedimentos utilizando OEs, primeiramente foram analisadas a composição química dos óleos essenciais de orégano e de tomilho, por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG- EM), onde observou-se que os componentes majoritários identificados, foram carvacrol (70%) e timol (17%). A atividade antifúngica dos OEs foi avaliada in vitro (contato direto e exposição aos voláteis), e in vivo, em frutos que receberam tratamentos com o óleo essencial de orégano, pelo método da aspersão (125 - 1000 mg L-1) e nebulização (1000 – mg L-1), e armazenados a 24 ºC ou a 9ºC (sob refrigeração por 13 dias), seguidos de 23ºC (6 dias). In vitro, o OE de orégano foi mais eficiente que o tomilho, apresentando efeito fungicida por contato (> 1000 mg L-1) e por voláteis. In vivo, não houve diferença estatística significativa em relação à testemunha, a 24ºC, porém, observou-se tendência de redução da severidade da doença. Sob refrigeração, a aplicação do OE de orégano pelo método de nebulização (3000 mg L-1) mostrou-se mais eficiente no modo protetivo em relação ao curativo, com redução média de 31% da severidade do bolor verde. Ainda assim, a severidade não foi reduzida de maneira significativa. A qualidade físico-química dos frutos, como cor, perda de massa, sólidos solúveis, acidez titulável e ácido ascórbico, não foi afetada pelos tratamentos aplicados. Conclui-se que, tanto os agentes oxidantes (especialmente o H2O2) quanto o OE de orégano, apresentam potencial antifúngico contra P. digitatum. Entretanto, sob as condições experimentais testadas, os tratamentos foram mais eficientes em relação à diminuição da severidade do que em relação à incidência da doença. Os resultados deste estudo sugerem a necessidade de ajustes nas concentrações e tempos de exposição, bem como as formas de aplicação dos agentes oxidantes e óleo essencial, para que haja controle mais efetivo do bolor verde. v