Título: Retardantes de chama organofosforados em águas destinadas para o consumo humano em regiões tipicamente industrializadas no estado de São Paulo
Comissão Examinadora - Titulares
Profa. Dra. Joyce Cristale (Presidente) - FT/Unicamp
Profa. Dra. Dayana Moscardi dos Santos - UFSCAR
Profa. Dra; Fabiana Aparecida Lobo - UFOP
Prof. Dr. Murilo Cesar Lucas - FT/Unicamp
Profa. Dra. Luana Mattos de Oliveira Cruz - FECFAU
Suplentes
Prof. Dr. Paulo Eduardo dos Santos Soldera - FT/Unicamp
Dra. Josiane Aparecida de Souza Vendemiatti - FT/Unicamp
Prof. Dr. Demétrio de Abreu Sousa - UFMG
Local: Sala de Defesa (Prédio da Pós-Graduação da FT) | https://stream.meet.google.com/stream/5bc65257-39e2-4692-a854-50797604b5a7
Resumo: Ésteres organofosforados usados como retardantes de chama (OPE) são poluentes emergentes frequentemente encontrados em matrizes aquáticas, além de outras rotas de exposição. As contaminações destas águas podem resultar em efeitos tóxicos para saúde humana, fauna e flora. Estudos indicam que estes micropoluentes são neurotóxicos, desreguladores endócrinos e podem afetar a reprodução e o desenvolvimento de organismos aquáticos. Assim, métodos analíticos que permitem uma quantificação precisa desses contaminantes em concentrações ambientalmente relevantes são necessários para estudos de avaliação de risco, uma vez que os OPE são compostos recalcitrantes e persistem na água, mesmo após tratamento convencional físico-químico. Devido à lacuna de estudos de OPEs em águas para consumo humano na América Latina, se fez necessário este estudo para uma região tipicamente industrializada do estado de São Paulo, no Brasil. Assim, foram estudados os OPE TIBP, TNBP, TCEP, TCIPP, TBOEP e TEHP nas cidades de São Paulo, Águas de São Pedro, Rio Claro, São Carlos, Serra Negra, Campinas, Piracicaba, Jundiaí, Santa Bárbara d’Oeste e Limeira, em 39 pontos de coletas distintos no total. Utilizou-se para metodologia a extração em fase sólida (SPE) e cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa (CG-MS). As análises das curvas analíticas tiveram boa linearidade com um coeficiente de determinação de 0,99, a repetibilidade abaixo de 20%, os ensaios de recuperação foram satisfatórios para todos os OPE com exceção do TBOEP, não sendo possível a quantificação das amostras, embora o composto tenha sido detectado em 23% das amostras. O composto de maior frequência de detecção encontrado dentre as cidades foi o TCEP, com 64%, e o menos detectado foi o TNBP, sendo apenas em uma amostra em São Paulo. O OPE de maior concentração detectada foi o TCIPP, com valor máximo de 194 ng L-1. As cidades que apresentaram maiores níveis de OPE foram em primeiro lugar Campinas, e em segundo Piracicaba, com maiores concentrações de TIBP, TCEP e TCIPP. Neste estudo não foram encontradas diferenças significativas dentre às amostras coletadas provenientes diretamente da rede de abastecimento e tendo a caixa d’água como intermédio. A ingestão diária típica para adultos e crianças para ∑OPE foi de 2,9 ng kg⁻¹ de peso corporal por dia e 5,8ng kg⁻¹ de peso corporal por dia, respectivamente. As concentrações do estudo não apresentam risco Carcinogênico dos OPE TCEP e TNBP para crianças e adultos, e nem Risco Não Carcinogênico para todos os compostos.