Carta à Comunidade
A Unicamp em 2020, o ano da pandemia: um breve balanço
Muitas vezes é preciso ter o distanciamento de anos ou décadas para confirmar se uma experiência ou um determinado período foi algo de fato “histórico”, marcante e decisivo o suficiente para definir uma época e ser lembrado mesmo com o deslocamento do tempo.
Este não é, certamente, o caso do ano de 2020, em que tivemos a clareza de viver um momento histórico de grandes transformações. Mais difícil é ter certeza sobre quais imagens serão as mais lembradas deste período para cada um de nós. A dura batalha nos hospitais, marcas nos rostos dos profissionais da saúde de tanto usar máscaras, as valas abertas às centenas nos cemitérios, as crianças vestidas como soldados de um esquadrão antibomba para retornar à escolinha e as situações caseiras insólitas, como ensaboar pacotes de batata-palha como um ato heroico de proteção da saúde da família. Qual dessas cenas simbolizará 2020?
Na Unicamp, acrescento a elas um instantâneo que me impactou na primeira ida ao campus logo depois de suspendermos as atividades presenciais não-essenciais: um inédito vazio, não visto antes nem aos fins de semana ou feriados. O silêncio era assustador. Esta não é a Unicamp, pensei no primeiro segundo, para repensar em seguida: esta é, sim, a Unicamp – tão Unicamp como sempre foi, pois mesmo separados por dezenas, centenas e em alguns casos milhares de quilômetros, nunca estivemos tão próximos, com o senso de comunidade tão claro, em 54 anos de existência.
Confira abaixo a carta na íntegra.